terça-feira, 26 de julho de 2016

Eight Legged Freaks


Argumento: Uma pequena cidade mineira americana já em dificuldades económicas graves vê-se invadida por aranhas de tamanho gigantesco devido a uma contaminação provocada por químicos.


Gostei:
- Uma homage divertida e despretensiosa aos filmes série B de monstros dos anos 50. Penso que o filme terá sido um flop financeiro apesar do seu orçamento moderado e confesso que a primeira vez que o vi não lhe dei muito crédito, mas agora após alguns anos acabei por ter um enorme prazer em revê-lo.
- Os efeitos visuais não estão à altura do que se consegue hoje em dia, mas mesmo isso faz parte do charme do filme.
- Decisão inteligente ao alargar a diversidade das espécies de aranhas envolvidas. Permite uma enorme flexibilidade no argumento e na maneira como elas interagem (leia-se atacam) os habitantes locais. 
- Engraçado ver a Scarlett Johansson ainda um pouco em início de carreira, bem como Matt Czuchry, o Cary Agos na série The Good Wife. 
- Se tiverem fobia de aranhas então este filme é de visionamento obrigatório para um bom ataque de ansiedade. 


Não Gostei:
- O ponto fraco do filme são as suas personagens pouco delineadas ou desenvolvidas. Claramente o foco dos criadores esteve nas aranhas.

Recomendação: Um filme ligeiro divertido se estiver com a disposição certa.

A Perfect Getaway



Argumento: Um par de recém-casados (Steve Zahn e Milla Jovovich) em lua de mel em Hawaii vão percorrer um trilho que leva a uma praia remota numa das ilhas do arquipélago e no caminho fazem amizade com outro casal de turistas (Timothy Olyphant e Kiele Sanchez). As coisas complicam-se no entanto quando surgem notícias de assassínios de turistas nas ilhas aparentemente cometidos também por um casal de suspeitos. Neste ambiente paradisíaco instala-se um clima de paranóia e medo principalmente quando se avista um outro casal no trilho (Chris Hemsworth e Marley Shelton) com o qual já tiveram uma experiência negativa.


Gostei:
- Este é mais um daqueles filmes que penso não ter o reconhecimento merecido. Lembro-me de o ter visto no cinema com a sala absolutamente vazia. É pena pois provou ser um bom thriller. Não é um filme perfeito (ver adiante) mas consegue manter um ambiente de tensão e de dúvida durante a maioria da sua duração que contrasta muito bem com a beleza natural e relaxante que rodeia as personagens, e quando a acção finalmente explode é catártica.


- Excelentes actores que dão vida a um conjunto de personagens interessantes e carismáticos.
- A revelação final. Da primeira vez fiquei com a impressão que o filme/argumentista tinha feito batota, mas revendo agora os diálogos vejo que não. Está realmente bem escrito e executado.

Não Gostei:
- O flashback. Não entendo a escolha do realizador de incluir esse segmento, pois adiciona muito pouco às personagens e arruina completamente o fluir da história e acção. Ou melhor, eu sei qual a razão para o incluir. Serve para justificar uma decisão que uma das personagens toma no final do filme e que parece completamente fora de carácter sem o flashback. Pessoalmente preferia que tivessem arranjado uma resolução alternativa que não necessitasse a inclusão do material extra. 


Recomendação:

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Employee of the Month


Argumento: Matt Dillon é David, um bancário que vê a sua vida a ruir completamente quando no mesmo dia é despedido do banco onde trabalha e despachado pela sua noiva (Christina Applegate) à noite durante um jantar com os seus pais. O que mais lhe poderia acontecer? Um assalto ao banco?


Gostei:
- Depois de revisitar Wild Things, decidi que estava numa onda de twists e lembrei-me de outro filme com Matt Dillon que também tem um final surpreendente. Penso que é um filme relativamente pouco conhecido, pelo que fica aqui a chamada de atenção para uma obra que merece um visionamento se estiver com o adequado estado de espírito. Aviso já que não é nenhuma obra-prima. Depois de o ver uma segunda vez existem uma série de elementos que não fazem muito sentido, mas continua mesmo assim a ser um filme muito divertido. O último terço final é uma autêntica montanha russa de revelações a um ritmo frenético. Vale a pena.
- Steve Zahn como o melhor amigo do protagonista. É por vezes irritante mas não deixa de incutir uma bem-vinda energia às cenas.
- Os twists. Nunca vi tantos em tão pouco tempo. Dá a impressão que os criadores sentaram-se a escrever o maior número possível deles com os personagens que tinham à disposição. É um 'gimmick', mas mesmo assim é divertido.
Jenna Fischer num pequeno papel.
- Humor. Diferente mas eficaz.


Não Gostei:
- Alguns elementos da história não encaixam quando o revemos. O filme não resiste muito bem a um segundo visionamento no aspecto da sua lógica interna. 
- O volume da banda sonora é por vezes demasiado alto tornando muito difícil percebermos as linhas de diálogo dos actores sem legendas.

P.S. - Se estiverem na onda e quiserem mais um filme com Steve Zahn como protagonista, recomendo o A Perfect Gateway, também relativamente pouco conhecido. Tenho que o rever em breve para o blogue.

Recomendação:

Wild Things (Unrated)


Argumento: Sam Lombardo (Matt Dillon) é um assistente pedagógico numa escola que vê a sua reputação e liberdade postas em causa quando duas alunas, desempenhadas por Neve Campbell e Denise Richards, o acusam de violação. Mas nem tudo é tão simples como parece, nesta comunidade de extremos socio-económicos, quando o detective Duquette (Kevin Bacon) suspeita que uma conspiração bem mais complexa está por detrás do caso. 


Gostei:
- Se nunca viu este clássico de 1998, não sabe o que está a perder. Os finais dos anos 90 foram ricos em filmes com grandes twists finais (Usual Suspects, Fight Club, The 6th Sense, Primal Fear, The Game, The Fallen) e Wild Things é um dos melhores. Aconselho vivamente a versão unrated, pois contém elementos adicionais que ajudam a entender melhor as personagens.
- Uma história que parece bastante simples à partida, um banal "será culpado ou não", transforma-se  em algo muito mais elaborado e complexo que não deixará ninguém indiferente. Excelente argumento de Stephen Peters, a verdadeira estrela do filme, uma verdadeira obra-prima de malabarismo de personagens, suas motivações e interesses. Depois de ver o filme, é quase impossível resistir ao impulso de o ver outra vez para confirmar se a história tem buracos. Por incrível que pareça tudo parece consistente e verosímel com apenas um elemento na história a levantar alguma dúvida, sendo no entanto muito secundário.


- O filme exsuda erotismo. Neve Campell continua aqui, juntamente com os filmes Scream a tentar diversificar a sua imagem da série de tv Party of Five. O filme torna também a futura Bond girl Denise Richard num símbolo sexual dos anos 90. É uma espécie de filme em vias de extinção agora que vivemos na era do sanitizado PG-13. Mais uma razão para revisitarmos esta pequena jóia do passado.
- A não perder o créditos finais pois contêm cenas essenciais para o total entendimento da história.


Não Gostei:
- A cabeleira postiça de Neve Campbell. Yikes!

Recomendação:

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Lights Out


Argumento: Uma família vê-se assombrada por uma criatura que aparentemente apenas se move ou existe na escuridão.


Gostei:
- Baseado numa curta-metragem pelo mesmo realizador David Sandberg, este filme é um verdadeiro conto de fadas de Hollywood. O conceito básico é tão simples e tão visualmente assustador na curta, que  James Wan impressionado contactou imediatamente o realizador para desenvolverem a ideia numa longa-metragem.
- O conceito da criatura é brilhante na sua simplicidade. Algo que só se move ou existe na escuridão e a forma como o realizador usa a presença ou não de luz para esse efeito permite jogar muito bem com o nosso medo universal do escuro. Isto apesar de suspeitar que David Sandberg roubou a idéia da série de TV Doctor Who. Dou-lhe no entanto crédito por ter casado duas criaturas dessa série (weeping angels e vashta nerada) numa só, que resulta muito bem.
- Confesso que tinha expectativas talvez demasiado elevadas que o Lights Out não consegue atingir, mas o facto é que mesmo assim, com diversas falhas ou pontos menos positivos, o filme é muito bom. Se gosta de emoções fortes ou é aficionado deste género, Lights Out é definitivamente um filme a não perder. David Sandberg juntamente com o argumentista Eric Heisserer conseguem transformar com sucesso uma ideia e conceito visual de uma pequena metragem num filme de 80 minutos em que o jogo de luz/escuridão nunca se torna repetitivo, recorrendo a formas criativas e lógicas de continuar-nos a assustar e surpreender ao longo da sua duração.
- Gostei da forma como usaram a personagem do namorado da protagonista, que injecta uma saudável dose de bom senso na história. Num filme menor seria provavelmente apenas mais uma desmiolada vítima.


Não Gostei:
- Os desempenhos de Teresa Palmer e do miúdo Gabriel Bateman deixam algo a desejar. Não estragam completamente o filme mas também não ajudam muito.
- Há um segmento de exposição que não funciona muito bem e estraga o ritmo ao filme. O objectivo é criar uma história ou mitologia sobre a criatura e preparar a eventual resolução final, mas penso que o primeiro era totalmente desnecessário e para o segundo haveria possivelmente melhores formas de o fazer.
- Pontualmente, lembro-me especificamente de um flashback, o filme quebra as suas próprias regras em que a criatura não se move ou existe na luz.
- Existe alguma inconsistência no argumento, por exemplo qual a razão pela qual a criatura Diana é tão proeminente no presente e só se fazia sentir esporádicamente no passado? Porventura o estado mental da personagem de Maria Bello podia justificar tal situação mas o filme nunca é muito claro sobre isso.


Curiosidades: A actriz da curta metragem faz aqui de secretária no início do filme, e é sem dúvida a personagem mais esperta de todos eles :-)

Recomendação: Um filme que me deixou completamente arrepiado diversas vezes durante o visionamento. Que mais se pode pedir a um filme de terror?


quinta-feira, 21 de julho de 2016

Inventing the Abbotts


Argumento: Passado nos finais dos anos 50, é a história de duas famílias, com estatutos sociais muito diferentes na comunidade onde vivem e a sua interacção principalmente através dos elementos mais jovens, os dois irmãos Holt (Joaquin Phoenix e Billy Crudup ) e as três irmãs Abbott (Liv Tyler, Jennifer Connelly e Joanna Going). Um Romeu e Julieta modificado e 'modernizado'.


Gostei:
- Nunca compreendi a razão pela qual este filme não obteve maior reconhecimento pelo público e crítica. Lembro-me de ter ido vê-lo aos extintos cinemas alfa em Lisboa e de a salar estar completamente vazia. É uma pena pois é um dos meus favoritos dramas românticos desta época, um filme repleto de excelentes actores com desempenhos a condizer. Foi o primeiro filme que me lembro de ver o Joaquin Phoenix e de pensar na altura que estava ali uma futura estrela do cinema.
- Elenco forte onde se destacam principalmente Joaquin Phoenix e Billy Crudup como protagonistas e Jennifer Connelly e Kathy Baker em papéis mais secundários.
- História simples mas cativante, não só ao nível do romance mas toda a trama envolvendo as duas famílias.
- Visual e sensação bem conseguida da época em que a acção decorre.


Não Gostei:
- O narrador da história é a personagem de Joaquin Phoenix, mas a voz utilizada é de Michael Keaton, o que é deveras estranho. Não é que seja muito importante mas é um elemento que pontualmente me remove um pouco do filme porque me põe a pensar na sua identidade desnecessariamente.
- A Liv Tyler funciona satisfatóriamente no filme mas torna-se notória a diferença de talento (para pior) como actriz especialmente quando rodeada de actores superiores. 


Recomendação: Pequeno e simples drama romântico, mas sólido e com suficientes bons momentos para merecer um visionamento de quem ainda não o conhece.


quarta-feira, 20 de julho de 2016

Sniper


Argumento: Thomas Beckett (Tom Berenger) é um sniper Marine veterano a operar no Panamá quando é emparelhado com um sniper proveniente das equipas SWAT da polícia para uma missão de vital importância para a politíca naquela parte do mundo. Os dois vão ter que aprender a trabalhar juntos para eliminar um general rebelde, tendo para isso que superar uma série de obstáculos e dificuldades durante a missão.


Gostei:
- Sniper foi talvez o primeiro filme que vi que retrata de forma interessante, e sublinho interessante e não necessariamente realista, esta especialidade particular das forças armadas. A mentalidade, o modo de operação e equipamento estão de uma maneira geral bem conseguidas. O sniper é visto muitas vezes como um cobarde pela forma como opera, sendo a sua reputação essencialmente manchada pelos diversos casos de incidentes envolvendo assassinos em massa na sociedade civil, quando na realidade é um serviço bastante difícil que requer grande habilidade, vasto treino e conhecimentos de matemática e fisíca, bem como uma boa dose de coragem para operar muitas vezes atrás de linhas inimigas sem grande apoio logístico imediato.
- Tom Berenger injecta enorme carisma na personagem principal de um duro veterano sniper com dezenas de mortes confirmadas no currículo. A sua personagem tem aqui tanto sucesso que fizeram mais 3 ou 4 filmes à volta da mesma. Foi talvez o seu último filme relevante como actor principal.
- Não é um grande filme. Já se fizeram melhores abordando o tema desde então, como por exemplo o 'Enemy At The Gates', mas mesmo assim continua a funcionar razoavelmente bem passados todos estes anos apesar das suas falhas. As filmagens na selva são excelentes, ficando a sensação que estamos realmente lá com as personagens e o filme consegue construir algumas sequências e cenas de tensão memoráveis. Acho que o melhor elogio que posso fazer ao filme é que nunca o esqueci decorridos mais de duas décadas e a impressão positiva que tinha do mesmo manteve-se neste novo visionamento..


Não Gostei:
- Billy Zane. O seu desempenho deixa muito a desejar. Revendo agora o filme após tantos anos é definitivamente o elemento do filme que salta à vista pela negativa. Existem vários outros, mas este é o maior.
- Para um filme que até tem um mínimo de cuidado na forma como retrata snipers, tem falhas inaceitáveis para conhecedores da matéria em alguns aspectos do equipamento, como por exemplo as miras telescópicas usadas serem completamente inúteis


Curiosidades: A personagem principal é baseada no sniper americano Carlos Hathcock no Vietnam. O encontro entre snipers inimigos retratado no filme que alguns poderiam pensar ser irrealista e produto de imaginação Hollywoodesca (nem todas as edições de dvd contêm esta cena) ocorreu na realidade.

Recomendação: Apenas para os aficionados desta especialidade militar.


terça-feira, 19 de julho de 2016

Fearless


Argumento: Após sobreviver a uma dramática queda de um voo comercial, Max (Jeff Bridges) parece incrivelmente bem ajustado ao trauma, comportando-se como se nada o pudesse afectar e apreciando a vida como nunca o fizera anteriormente. O psiquiatra da companhia aérea que o tenta acompanhar pede-lhe ajuda com Carla (Rosie Perez) outra sobrevivente da queda do avião que se encontra num estado de depressão ligado a um profundo sentimento de culpa pela morte do seu bebé no acidente. 


Gostei:
- Um dos meus filmes favoritos de 1993, que representava mais uma enorme lacuna na minha colecção. Não o via desde os anos 90 e continua tão potente como o lembrava.
- Forte argumento de Rafael Yglesias baseado num romance seu.
- Excelente realização de Peter Weir que consegue obter interpretações memoráveis do elenco, onde se destaca claramente a Rosie Perez que foi aqui inclusivamente nomeada para óscar de melhor actriz secundária perdendo para Anna Paquin em Piano, uma injustiça a meu ver. Jeff Bridges está muito bem como protagonista mas para mim a verdadeira estrela do filme é esta actriz que praticamente desapareceu de cena antes do final dos anos 90 quando parecia destinada ao estrelato. Vejo no imdb que continua a trabalhar até hoje mas não a vejo em nada de relevante desde tempos idos. Provavelmente um caso de necessidade de melhor agente. De qualquer forma, só pelo seu desempenho vale a pena ver este filme sobre stress pós-traumático.


- Os flashbacks funcionam muito bem. A cena final onde revivemos pela primeira vez os momentos finais da queda do avião em paralelo com o que ocorre com o protagonista no presente e com a música a tocar de fundo é excelente. O acidente forma assim um par de ampara livros, iniciando e fechando o filme de uma forma muito forte e eficaz.
- Os morangos. Existe uma explicação plausível (científica) para os mesmos mas também gosto da interpretação alternativa que algumas pessoas fizeram sobre os mesmos, nomeadamente a leitura metafísica que fazem deste elemento do argumento. 


Não Gostei:
- a cena final com a reacção alergica é demasiado irrealista. Do ponto de vista dramático funciona bem, mas para quem tem um mínimo de conhecimento fisiológico ou médico é absurda.

Curiosidades:
- O realizador Peter Weir afirmou que com este filme perdeu o medo de viajar de avião (não sei como).
- Baseado num acidente real de aviação.

Recomendação:

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Splinter




Argumento: Um casal de namorados à procura de um fim-de-semana romântico no campo vê-se feito refém primeiro por um casal de fugitivos da lei e posteriormente por uma criatura que infecta a suas vítimas através de farpas aguçadas.


Gostei:
- Nos próximos dias vou andar a ver filmes antigos que já não via há algum tempo pois decidi colmatar algumas lacunas na minha videoteca com uma encomenda de dvds usados. Uma das aquisições foi este Splinter, filme que apanhei parcialmente na tv há imenso tempo e que me ficou na memória pela situação tensa bem conseguida de personagens presos num posto de abastecimento de combustível quando se vêm perseguidos por uma criatura de pesadelo que bebe muita da sua inspiração da criatura do filme de John Carpenter The Thing. Este último é sem dúvida o filme superior, mas Splinter tem as suas virtudes e vê-se muito bem.
- Bons actores onde se destaca claramente Shea Whigham como o perigoso criminoso em fuga.
- Visual original da criatura.
- Como já referi anteriormente, tensão bem conseguida ao longo de todo o filme.


Não Gostei:
- A forma como tentam tornar a personagem de Shea Whigham mais simpática e digna de compaixão mais para o final do filme. Totalmente desnecessário e contraproducente na minha opinião.
- Algumas falhas lógicas que ocorrem pontualmente no argumento e que se reflectem nalgumas decisões tomadas ou não pelos seus personagens.


Recomendação:

The Night We Never Met


ArgumentoBrian (Kevin Anderson), está prestes a casar-se mas não quer desfazer-se do seu apartamento de renda controlada em Nova Iorque, pelo que decide alugá-lo alguns dias da semana a outras pessoas, mantendo para si um par de dias para noites de farra com os amigos. Apesar das circuntâncias estranhas do arrendamento, consegue dois inquilinos - Sam (Matthew Broderick), desesperado por um pouco de privacidade do apartamento onde vive sobrelotado e sujo, e Ellen (Annabella Sciorra) que pretende um local na cidade onde possa pintar. A partilha do apartamento tem os seus problemas devido aos diferentes tipos de comportamentos e estilos de vida dos 3 inquilinos, e as coisas ficam ainda mais interessantes quando Brian e Sam trocam um dos dias designados para eles sem conhecimento de Ellen.


Gostei:
- Ora aqui está um filme de 1993, que vi apenas uma vez há imenso tempo quando ainda existiam videoclubes (penso que foi ainda no tempo das cassetes VHS) e que nunca esqueci. Era uma lacuna na minha videoteca e aproveitei agora para caçá-lo no Amazon UK antes que os efeitos do Brexit se façam sentir. Não é uma grande obra, nem sequer uma referência obrigatória no género da comédia romântica, mas mesmo passado estes anos todos o filme provou ser um enorme prazer revisitar.
- Não é uma comédia que nos ponha em gargalhadas desenfreadas, mas acho-o muito engraçado, principalmente o Matthew Broderick. As suas cenas com a sua personagem a trabalhar na loja gourmet  ou com a beldade Norueguesa são memoráveis. E claro a situação das identidades cruzadas funciona muito bem. A Annabella Sciorra está óptima no papel de esposa insatisfeita com o seu casamento e tem alguns excelentes momentos de interpretação. De destacar no elenco ainda a Jeanne Tripplehorn como Pastel a caprichosa ex-namorada Francesa de Sam, e Christine Baranski (a Diane Lockhart da série The Good Wife) num pequeno papel como a irmã de Ellen. Cameo da modelo Naomi Campbell.
- O casal de vizinhos bisbilhoteiros.


Não Gostei:
- A resolução é abrupta e o final romântico demasiado fácil e forçado para engolir. Não se sente que as personagens mereceram aquele final repentino. Mas enfim, nada de muito anormal numa comédia romântica que vale essencialmente pela viagem e não tanto pelo destino final.

Recomendação: Suspeito que seja uma comédia romântica dos anos 90 relativamente pouco conhecida por cá, pelo que pretendo com esta recomendação dar a conhecer um filme merecedor de alguma atenção.


terça-feira, 12 de julho de 2016

The Jane Austen Book Club



Argumento: Após ter sido abandonada pelo seu marido por outra mulher, as amigas de Sylvia decidem começar um clube de leitura das obras de Jane Austen, da qual Sylvia é fã, de forma a obrigar a sua amiga a pensar noutras coisas que não o fim do seu casamento. Assim todos os meses reunem-se para discutir um dos livros, Sylvia (Amy Brenneman), Bernadette (Kathy Baker) a amiga divorciada 6 vezes, Jocelyn (Maria Bello) a amiga criadora de caninos solteira, aos quais se juntam Allegra (Maggie Grace) a filha lésbica de Sylvia, Prudie (Emily Blunt) uma professora cujo casamento também atravessa dificuldades e Grigg (Hugh Dancy) um homem mais novo com quem Jocelyn trava conhecimento e que recruta para o clube com o intuito de fomentar um romance entre ele e Sylvia.


Gostei:
- Apanhei este filme na televisão e sem dar por isso não conseguia tirar os olhos do ecrã. Tem um excelente elenco com algumas das minhas actrizes favoritas, nomeadamente Maria Bello e Emily Blunt. Hugh Dancy funciona muito bem como o elemento masculino do grupo que concerteza fará suspirar muitos corações femininos. O seu personagem será porventura um ideal masculino que assola os sonhos e fantasias de muitas mulheres (jovem, bonito, atlético, rico, sensível...) que são sem dúvida o público alvo preferencial deste filme. Aliás penso que neste caso o facto do filme ter sido escrito e realizado por uma mulher - Robin Swicord, faz realmente a diferença.
- Não é necessário conhecer as obras de Jane Austen para desfrutar do filme. Eu próprio nunca li os seus romances embora conheça algumas das adaptações cinematográficas da sua obra, e não me impediu de apreciar o filme. No entanto suspeito que um conhecimento mais profundo dos livros ofereça uma dimensão extra à história, até porque é notório que o filme faz uma série de comparações entre as personagens e relações presentes nos livros com o que decorre no filme.
- Gostei imenso da personagem de Grigg pelo simples facto de ele, tal como eu, ser adepto de romances de ficção científica, um género literário que tem sofrido ao longo dos anos de um enorme estigma, o de ser visto como um género menor. É enternecedor vê-lo tentar iniciar uma colega do clube de leitura nesse tipo de obras.


- Apesar das falhas óbvias, é um filme prazenteiro, cujo único objectivo real é oferecer conforto e um escape da realidade de hora e meia. Esse objectivo é atingido com sucesso devido ao excelento elenco reunido que confere carisma e personalidade a um argumento bem escrito, embora a história em si seja fraquinha.

Não Gostei:
- Mesmo para um filme que é basicamente uma forma de escapismo de uma  mais dura realidade, certos desfechos de algumas relações são altamente irrealistas, principalmente no caso de Prudie.
- O filme é extremamente previsível. Menciono isto aqui no caso de ser um factor que irrite profundamente quem quer que esteja a ler este post, não tanto por considerar exactamente um ponto negativo pois não é isso que o filme pretende oferecer. Eu olho para este filme como um cobertor quentinho a ser usado numa fria noite de Inverno. Confortante, e portanto a imprevisibilidade não é propriamente um elemento muito necessário.


Recomendação: Nada de extraordinário, mas torna-se facilmente um guilty pleasure.