quinta-feira, 24 de março de 2016

Great Lines

"human beings were not meant to sit in little cubicles and stare at computer screens all day"

Office Space


Argumento: Peter, Michael e Samir são três funcionários numa empresa de software que detestam a rotina e mundanicidade dos seus trabalhos e chefe. Quando Peter sofre uma mudança de atitude derivada de uma sessão de hipnoterapia ocupacional com um desfecho trágico, e quando a segurança dos seus empregos é ameaçada, decidem revoltar-se.


Gostei:
- É uma das minhas comédias preferidas dos anos 90. Acho que poucas pessoas em Portugal conhecem ou viram este filme, pelo menos extrapolando pelos meus conhecimentos, em que quase ninguém o viu, em parte pelo fracasso comercial que o filme teve. Tive recentemente a oportunidade de adquirir um dvd usado e a magia ainda está lá. Um filme que envelheceu muito bem e que muitas pessoas que trabalhem em escritórios encontrarão algo com que se identificar.
- A personagem de Milton é deliciosa. Aliás o filme é baseado nas curtas de animação do realizador Mike Judge com o mesmo personagem.


- Gary Cole desempenha um dos mais irritantes chefes de escritório na história do cinema.
- A brincar a brincar o filme aborda temas bastante sérios como por exemplo a pressão da precaridade no trabalho e desmotivação, por exemplo na personagem de Tom, que apesar de sofrer uma acidente brutal de viação com sérias consequências na sua saúde fisíca, exibe um enorme bem estar mental e emocional quando se vê realmente livre de obrigações.
- Um dos primeiros filmes que me lembro de ver a Jennifer Aniston durante o auge da sua carreira na série Friends. 


Não Gostei:
- Alguns aspectos do argumento são demasiado convenientes e nunca explicados, mas dificilmente beliscam o meu prazer no visionamento do filme.


Recomendação:


The Voices


Argumento: Jerry (Ryan Reynolds) é  um americano simples de boa índole. Tem um emprego banal no departamento de expedição de encomendas de uma fábrica de banheiras e uma paixoneta por uma colega de trabalho. Mas nem tudo é tão simples como parece, algo que se torna óbvio quando Jerry chega a casa e constatamos que os seus animais de estimação falam com ele...e nem sempre com bons conselhos. Conseguirá Jerry atingir a felicidade que tanto procura?


Gostei:
- Humor negro. Mesmo muito negro. Talvez dos melhores filmes que já vi com este tipo de comédia.
- Gostei bastante do equilíbrio entre a comédia e o drama. À semelhança do seu protagonista, o filme é bastante mais sério do que parece à primeira vista. Excelente argumento de Michael R. Perry e realização muito segura de Marjane Satrapi que já me tinha deleitado com Persepolis.
- Ryan Reynolds tem um desempenho brilhante. Excelente trabalho de vozes. Nem me apercebi durante o filme que era ele.
- Anna Kendrick adorável como sempre.


Não Gostei:
- Nada a apontar a não ser um alerta. Apesar de considerar o filme uma comédia, ele consegue ser bastante deprimente por vezes. Apesar disso conferir ao filme uma boa dose de credibilidade extra pela forma como aborda a esquizofrenia e as consequências para quem sofre da mesma, tornando-o um filme mais equilibrado e sério, pode no entanto desconcertar alguém à procura apenas de gargalhadas. É um filme dificil de categorizar e de recomendar a alguém que não conhecemos bem.

Recomendação:

segunda-feira, 14 de março de 2016

Zootopia


Argumento: Zootopia, a cidade onde todos os animais vivem em paz e harmonia, é palco de uma conspiração que ameaça o futuro da cidade. Será que a primeira recruta polícia coelha e uma raposa burlona conseguem desvendar o mistério e evitar o fim da utopia?


Gostei:
- Antes de mais os meus agradecimentos aos cinemas cinemacity por disponibilizarem sessões com versão original, apesar de se calhar não ser à hora mais adequada. Quando é que as salas de cinema Portuguesas acabam com a mania que os filmes de animação são só para crianças? Pensamento retrógado.
- Animação a um elevadíssimo nível. Aliás este filme parece mais um filme da Pixar do que um filme típico da Disney repletos de números musicais (tem apenas um no genérico final com a Shakira), a que não será alheio o facto de ter John Lesseter como produtor executivo. 
- Tratamento cuidado sob a forma de antromorfismo animado do tema da discriminação e racismo. Vai ser certamente o vencedor do óscar de animação para o próximo ano dada toda a controvérsia sobre o asssunto na última gala, isto apesar de estarem na calha outros filmes porventura mais avançados tecnologicamente.
- Excelente equilíbrio de acção, mistério, comédia e drama. A sala estava quase cheia e fiquei claramente com a sensação que toda a audiência teve uma experiência muito positiva com o filme.


Não Gostei:
Não me ocorre nada a apontar com excepção de a identidade do vilão ser demasiado fácil de identificar, mas perfeitamente perdoável num filme para todas as idades.

Recomendação:

Great Lines

" ...You're horrible on paper. And I loved you. Being with you made me realize it... Doesn't have to look good on paper to feel good."

Comet


Argumento: Justin Long (Dell) e Emmy Rossum (Kim) são um casal cuja relação acidentada assistimos ao longo de aproximadamente 6 anos, com os seus altos e baixos.


Gostei:
- Justin Long. Não sou grande fã deste actor mas este será porventura o melhor papel que o vi desempenhar. Muito bem acompanhado pela Emmy Rossum sempre excelente. Boa química.
- História contada de forma não cronológica. Corre o risco de dificultar a compreensão da evolução da relação ao longo do tempo, pelo menos nos minutos iniciais, mas foi uma aposta ganha pois consegue apesar disso evitar que nos percamos. Os períodos temporais são bastante fáceis de identificar visualmente pela cinematografia e aspecto dos personagens.
- Escrita e diálogos.


Não Gostei:
- O tema de universos paralelos mencionado logo no início e cujos elementos aparecem ocasionalmente durante a duração do filme. Completamente irrelevante para a história na minha opinião. Fica a sensação que serve apenas para dar fundamento a algumas linhas de diálogo no final agridoce. Desnecessário.


Recomendação: Pequena jóia por descobrir do cinema independente do escritor/realizador da série de televisão Mr. Robot - Sam Esmail. Não será filme para todos mas merece uma recomendação da minha parte.


quinta-feira, 10 de março de 2016

Much Loved


Argumento: O quotidiano de um grupo de três amigas marroquinas que vive da prostituição, uma actividade particularmente tabu nas sociedades islâmicas.


Gostei:
- Conseguiu tirar o sabor azedo da decepção causado pelo último filme de Terrence Malick - Knjght of Cups. Saí da sala do Corte Inglês tão decepcionado (e mesmo assim fui dos que se mantiveram na sala até ao final quando alguma da assistência desistiu a meio) que decidi tentar novamente a minha sorte naquela noite no Monumental ali tão perto (outrora talvez a minha sala de cinema principal mas hoje em dia com padrões de qualidade em termos de conforto abaixo do que me habituei). Visto que o visionei logo após uma grande seca, posso porventura estar a enaltecer demasiado o filme. Tem excelentes interpretações principalmente das actrizes Loubna Abidar e Halima Karaouane que desempenham respectivamente as personagens de Noha e Soukaina. Loubna Abidar é sem dúvida o motor e alma do filme.
- O filme foi banido em Marrocos por "sério desprezo por valores morais e mulheres marroquinas" e por "flagrante violação da imagem do reino". Na realidade o filme não exibe nada de extraordinário ou extremo que ninguém um pouco batido na forma como o mundo funciona desconheça. Isto é universal em quase todas as sociedades e as islâmicas não são excepção. Este facto vem apenas salientar a hipocrisia das mesmas. Mas o que é realmente importante é apontar para o que o filme consegue muito bem. Aborda o tema de forma séria e cria empatias com as suas personagens principais. Particulamente bem conseguida é a ligação de camaradagem e dependência entre as três amigas e aqueles que se movem naquele meio. É dramático mas também nos consegue fazer sorrir ocasionalmente, afinal as personagens são muito humanas e o humor faz parte da vida de todos, mesmo dos menos abençoados. 


Não Gostei:
- O filme não aborda de forma especial nenhum aspecto particular associado à prática de prostituição na sociedade islâmica que não seja também comum nas sociedades ocidentais ou outras. Penso que o estigma social da mulher prostituta é mais ou menos transversal em todas as sociedades independentemente da religião prevalente. Se nada mais o filme testemunha as semelhanças entre elas.   
- Raramente o filme perde-se um pouco com sub-enredos que pouco ou nada acrescentam às personagens ou história. Por exemplo o episódio homossexual de Randa é redundante pois esse elemento já é abordado de duas outras formas no filme. 


Curiosidades: A actriz principal Loubna Abidar, além de receber várias ameaças de morte na internet, foi violentamente atacada à saída de um clube em Casablanca em Novembro de 2015 devido ao seu desempenho no filme. As autoridades menosprezaram o evento.  


Recomendação:

segunda-feira, 7 de março de 2016

Star Wars - Filme feito por fans

Para todos os fans da Saga Star Wars, as prequelas deixaram muito a desejar, especialmente no que diz respeito ao fraco trabalho de desenvolvimento de personagens e direcção de actores.
Um dos aspectos exemplares disso mesmo foi a forma pouco cerimoniosa como um personagem cheio de potencial como Darth Maul foi descartado rapidamente. Pois bem, um grupo de fans produziu um pequeno filme durante dois anos que contém das mais entusiasmantes cenas de lutas de sabre de luz de todos os filmes Star Wars que já vi. Fiquei de boca aberta com o nível de qualidade atingido por este pequeno grupo de fans. Absolutamente admirável. Apreciem.


sexta-feira, 4 de março de 2016

London Has Fallen



Argumento: Durante o funeral do primeiro-ministro Inglês, uma organização terrorista planeia executar uma série de atentados para eliminar todas as mais altas figuras políticas do mundo ocidental, incluindo o presidente dos E.U.A (Aaron Eckhart). Mas não contaram com Mike Banning (Gerard Butler), o coelho duracell dos serviços secretos Americanos.


Gostei:
- Primeira metade do filme devido às sequências de acção dos atentados terroristas e fuga do presidente americanos estão bem conseguidas, com algumas partes particularmente empolgantes.
- Gerard Butler retorna à personagem de Olympus Has Fallen e mantém-se tão carismático e implacável como anteriormente.
- Houve um esforço, microscópico mas houve, de apontar culpabilidade a todos os intervenientes na história. Não há inocentes completos. 


Não Gostei:
- Achei esta sequela inferior ao primeiro filme apesar de ser ainda mais bombástico. A segunda metade do filme arrasta-se um pouco com cenas intermináveis de tiroteio sem muita imaginação. Fica a sensação de assistirmos a um jogo de Call of Duty sem a perspectiva da primeira pessoa.
- O inevitável agitar da bandeira americana. Mas neste tipo de filme já se sabe ao que se vai.
- Muitas personagens completamente desaproveitadas ou pouco delineadas.


Recomendação: Não é nenhuma obra maior no género de acção, mas o filme oferece aquilo que promete - muita acção filmada de forma competente. Se gostaram do primeiro filme acredito que irão apreciar este também por aquilo que é.