Argumento: Leonardo DiCaprio é Glass, um homem da fronteira do oeste Americano nos anos 1820s, quando os índios ainda tinham ilusões sobre os seus destinos e o continente ainda tinha muito por explorar. Atacado por um urso durante uma expedição de caça e deixado a morrer pelos elementos do grupo, assistimos a uma história de sobrevivência alimentado pelo desejo de vingança.
Gostei:
- Desempenhos dos actores. O DiCaprio tem merecido toda a atenção mas Tom Hardy está sensacional, talvez o melhor papel dele este ano, bem como o Domhnall Gleeson e Will Poulter em papéis menores.
- O filme é belíssimo, quase totalmente captado apenas com luz natural e que provavelmente vai garantir ao cinematógrafo Emmanuel Lubezki mais um óscar, para desespero de Roger Deakins. Filme que merece ser visto no grande ecrã.
- Realização virtuosa de Iñárritu. Acho que não me cansava de ver a sequência de ataque índio ao acampamento no início do filme.
- Retrato eficiente da dureza da vida na fronteira, aqui levado ao extremo. A última vez que um filme o conseguiu tão bem para mim foi o 'Gold' de Thomas Arslan. Perfeito contraponto à beleza natural das paisagens.
Não Gostei:
- Com duas horas e 36 minutos, senti um pouco a duração do filme. Geralmente não me incomodam filmes longos, mas neste senti que podiam ter cortado pelo menos 1 ou 2 segmentos, nomeadamente a cena da carcaça do cavalo, até porque já vimos algo semelhante noutro famoso filme e pouco adianta na história.
- Depois de visto o filme, não posso deixar de pensar que poderia ter sido melhor sem a introdução do filho na história, elemento que não faz parte da história original e inclusivamente estava ausente no argumento original. A razão para esta minha sensação é de que daria uma maior complexidade e ambiguidade à relação das personagens de Leonardo DiCaprio e Tom Hardy.
- A maneira como o trailer arruinou uma surpresa no parte final do filme.
Recomendação:
AMEI este filme como sabes. Penso que não chegaste a comentar o meu post...penso.
ResponderEliminarSaí da sala de cinema, literalmente, sem ar e sem conseguir articular uma frase decente. Tive que me dar uns minutos, acalmar-me e digerir o que tinha visto. É raro acontecer-me, talvez uma vez por ano mas é o efeito que um filme perfeito tem em mim.
Não há um filme do Iñarritu de que eu não goste: comecei pelo "Amores Perros" há muitos anos, depois o "Babel", o "21 Grams", o "Biutiful", o "Birdman" e agora, o "The Revenant". A par do Pedro Almodovar e do Martin Scorcese, já um dos meus realizadores preferidos.
Este filme é perfeito: a fotografia, a história, as paisagens, as interpretações do Leo DiCaprio e do Tom Hardy. O Hardy este ano perde a estatueta para o Stallone, mas não tenho dúvidas que ainda será nomeado para Melhor Actor nos próximos anos porque é dos actores mais brilhantes da actualidade.
Conheço várias pessoas que não gostaram do filme. Alguns factores na minha opinião são: isto não é um filme para ir ao cinema em grupo. É um filme introspectivo, é uma experiência solitária a que temos de nos entregar, deixar-nos ir...pelo menos é/foi assim comigo. É um filme para ver no cinema e não em casa, sacado e com pouca qualidade. Este filme ainda não está disponível em HD para sacar mas as pessoas com a mania da pressa, vêem-no mesmo assim, sem qualidade em écrans grandes ou no pc. Resultado: acham o filme uma seca e não gostam muito. As pessoas que conheço que o viram fora do cinema, todas tiveram esta opinião.
É-me difícil falar sobre a interpretação do Leo DiCaprio porque é o meu actor preferido há muitos anos e posso parecer tendenciosa. Por isso peço-vos, que a vejam com os vossos olhos e comprovem que este ano, sem dúvida, o Oscar vai ser dele.
Tinha lido anteriormente e também ouvi no discurso se aceitação do Leo nos Globos, que este filme, foi sem dúvida, o mais difícil, o mais duro de fazer, da sua carreira. Em todo o filme isso não me saiu da cabeça: há tanta neve, tanto frio...e como Iñarritu só quis luz natural neste filme (confesso que quando começou, tive uma ligeira dor de cabeça até me habituar à pouca luz do filme), tudo o que vemos não são efeitos: é mesmo muito frio, vento e tempestades de neve.
Foi sem dúvida, dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, senão o melhor. Emocionei-me umas 3 vezes e não foi pela história, foi pela magnífica obra de arte que é este filme. Andava à espera dele há 1 ano e meio e não me defraudou em nada.
Acho que ainda não vi o Amores Perros. 21 Grams foi o primeiro filme dele a chamar-me a atenção, mas foi com o Biutiful que o realizador me encantou literalmente. Ainda me lembro de andar com esse filme na cabeça dois dias depois de o ver.
ResponderEliminarO Leo ganha este ano, nem que seja pela dificuldade física da rodagem do filme. Não sei se deveria ser um factor a ter em conta, mas quase de certeza que será considerado.
Sim, concordo. Mas o que conta é que ganha.
EliminarE vai ter "standing ovation".
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