Peter Falk's Columbo, David Suchet's Poirot, Benedict Cumberbatch's Sherlock, e Simon Baker's Patrick Jane são as minhas figuras de referência no que diz respeito a personagens detective carismáticos em séries de televisão policiais. Após dois meses, acabei ontem de visionar a série completa e Tony Shalhoub's Adrian Monk junta-se agora ao meu panteão de heróis policiais.
Lembro-me de ter visto o episódio piloto na televisão e depois nada. Nunca mais vi nenhum episódio, de modo que na altura até pensei que tivesse sido um telefilme. Para minha surpresa vi mais tarde a edição Portuguesa em dvd da primeira temporada, que infelizmente tal como com outras séries de televisão, não teve continuidade. Não sei em que canal passou por cá se tal realmente aconteceu, mas parece-me que pouca gente por cá a conhece a julgar pelo desconhecimento total demonstrado por todos a quem a refiro. De qualquer forma, o facto é que me apaixonei completamente pela personagem desde o primeiro episódio e tinha imensa pena de não ter acesso às restantes 7 temporadas, situação entretanto corrigida no final do ano passado.
Monk (Tony Shalhoub) é um ex-detective da polícia de San Francisco, suspenso de funções após um esgotamento nervoso despoletado pelo assassinato da sua esposa Trudy. Se Monk já anteriormente a esse evento tinha um histórico de inaptitude social e comportamentos obsessivo-compulsivos, a trágica morte do único amor da sua vida vem exacerbar esses comportamentos e fobias. A série começa aproximadamente quatro anos após a morte da esposa. Monk, finalmente capaz de interagir novamente com o mundo após o trauma, apesar de necessitar de ajuda permanente de uma assistente/enfermeira, começa a trabalhar como consultor privado para o seu antigo departamento de homicídios da polícia.
A série iniciou produção em 2002, algo que me surpreendeu, pois ao ver a mesma fica a sensação de ser mais antiga, quer pelos visuais, quer pelo formato dos episódios e conteúdo. Não é necessariamente algo negativo, mas fica desde já o aviso que não é tão cinemática como outras séries de televisão mais recentes. Para mim isto acaba por ter um efeito nostálgico que funciona bem no seu todo.
A série vale principalmente pela personagem e desempenho de Tony Shalhoub. A qualidade dos episódios varia bastante quanto ao mistério/crime da semana. É uma série com uma estrutura narrativa episódica, onde cada episódio contém um crime para resolver. O mistério da morte da esposa corre a série toda mas são muito poucos os episódios dedicados ao mesmo. Por vezes é bantante bom, complexo e original, outras vezes é bastante banal e pouco interessante. Por vezes conhecemos o criminoso desde o início do episódio à la Columbo, outras vezes descobrimos o autor do crime à medida que o nosso neurótico detective vai juntando as peças. Mas algo se mantém constante ao longo dos 125 episódios que compõem as oito temporadas, Monk é sempre interessante e engraçado nas suas interacções com as personagens e situações que o rodeiam.
Acho que é uma série que se ainda não conhece, vale a pena experimentar.
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