quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Rogue One: A Star Wars Story




 Argumento: Quando a saga Star Wars começou em 1977 com um scroll de exposição acompanhado de música de John Williams, um dos factos mencionados nessa parede de texto era o roubo dos planos da Death Star. Rogue One é a história dos rebeldes envolvidos directamente nesse roubo.


Gostei:
Ok, vamos colocar as cartas na mesa. Eu não sou fanático do universo Star Wars. Não leio os livros ou comics. Apenas sigo os filmes embora pretenda visionar no futuro as séries de animação. Portanto não faço parte da elite hardcore seguidora da série, mas também sou capaz de ser um fã mais conhecedor que muitos. Assim sendo, posso honestamente afirmar que gostei do filme, mas tenho sérias dúvidas que Rogue One vá encantar o espectador casual ou angariar novos fãs para o franchise.

- O principal ponto positivo para mim é a ligação que consegue fazer com o episódio IV da saga. Penso que funciona muito bem como complemento ao filme inicial, enriquecendo a experiência ao visioná-lo. De facto Rogue One termina apenas algumas horas antes do início do episódio IV.
- Fan service. Tal como disse, os fãs hardcore da saga são quem mais apreciarão esta obra e os múltiplos easter eggs, alguns subtilmente inseridos na acção do filme.
- O terceiro acto. O filme acaba em crescendo positivo, o que é sempre preferível ao reverso. A acção na parte final é estupenda e associada aos elementos de fan service e a ligação ao inicio do episódio IV faz com que termine em grande. É quase inevitável a sensação de euforia que o final despoletará nos maiores fãs da saga.



- Gostei do tom mais pesado do filme. Não que seja um filme verdadeiramente dramático de guerra, mas sente-se mais a perda de vidas derivado do conflito do que em anteriores filmes da saga. Penso que o filme faz parcialmente justiça à etiqueta de filme de guerra que o marketing vendeu. Para além disso, gostei bastante das cenas de bastidores da rebelião, e a forma como de alguma forma humanizou a mesma, quer pela negativa quer pela positiva. Neste filme, mais do que em qualquer outro na saga, se sente a fragilidade da aliança ou rebeldes, e de como estiveram perto de serem definitivamente derrotados, e de como a história poderia ter seguido um rumo completamente diferente.
- Outro ponto positivo para mim é a de que é o primeiro filme da saga onde a maioria dos protagonistas são seres comuns, sem sabres de luz ou poderes sobrenaturais que os ajudem. Este é verdadeiramente o primeiro filme onde se sente a importância dos esforços e sacrifícios dos comuns rebeldes.
- Darth Vader. Fizeram justiça ao personagem, e mais não digo.
- K-2SO. Para mim a melhor personagem do filme. Um robot. O que me leva directamente aos pontos negativos.



Não Gostei:
- Caracterização dos personagens fraca. Se tivesse que apontar apenas um ponto negativo ao filme, seria sem dúvida o facto que no final, com uma ou duas excepções, fiquei sem conhecer realmente os protagonistas do grupo principal, e consequentemente o nível de empatia com os mesmos é baixo. Como consequência a resposta emocional aos seus destinos deixa muito a desejar e prejudica significativamente a experiência. Não sei se não será um problema que Gareth Edwards terá que corrigir no futuro, pois Godzilla também sofre do mesmo problema. Gareth Edwards parece ter de facto muito em comum com George Lucas. A direcção de actores não parece ser o seu forte.
- Ben Mendelsohn como Krennick e Mads Mikkelsen como Galen Erso. Krennick parece um personagem perdido, mesmo irrelevante durante a grande maioria do filme e a relação anterior entre os dois é sugerida mas pouco desenvolvida no filme. Aparentemente terá que se ler o livro Catalyst: A Rogue One Novel para se entender as nuances destes personagens. Pessoalmente penso que o filme tem que se suportar em si mesmo sem auxílio de meios extra, pelo que falha completamente neste aspecto.
- Felicity Jones. Não sei o que pensar desta actriz. Já a vi com desempenhos muito bons e credíveis, como também em papéis muito pouco convicentes onde me aborrece profundamente. Infelizmente aqui está no último campo. Não sei se será actriz que necessita de melhor direcção por parte dos realizadores. Seja como for, foi uma má escolha de casting para mim.
- A personagem desempenhada por Donnie Yen. Estava apreensivo desde os trailers e o filme não conseguiu mudar a minha opinião. É pena porque até gostei da personagem, mas simplesmente  tenho sérios problemas com alguém a lutar contra soldados com armadura armado somente com um pau na esmagadora maioria do tempo.

Pois, é bastante estúpido, apesar dos esforços em contrário

- Uso de CGI em dois casos particulares foi uma péssima decisão pois os resultados obtidos são bastante maus, ao ponto de me estragarem a imersão no filme tal o grau de artificialismo introduzido. Se até compreenda num dos casos (embora não concorde), noutro não entendo a decisão, principalmente quando a Marvel já utilizou no passado recente, e com bastante sucesso diga-se de passagem, técnicas de maquilhagem digital que permitiriam obter muito melhores resultados.
- A falta do scroll inicial. Este filme até beneficiaria bastante dele. Não compreendo a razão de o retirarem.

Recomendação: Apesar de falhas e defeitos, é um filme a não perder para os adeptos da saga. Para os restantes espectadores, será melhor gerirem as expectativas para níveis mais baixos.


3 comentários:

  1. Vou ver na noite de Natal. E vou ver se concordo ctgo. :-p

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    1. Fui vê-lo uma segunda vez e tenho que confessar que apesar da minha opinião manter-se na generalidade, gostei mais deste segundo visionamento do que do primeiro. Apreciei mais o personagem de Diego Luna, que mais que a Felicity Jones, é a alma deste filme na minha opinião. Também a relação entre Donnie Yen e Wen Jiang é interessante, mas mais uma vez peca pela escassez de desenvolvimento.

      Bom Natal e que a Força esteja contigo ;-)

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