O casamento do patriarca de uma familia com a sua governanta vários anos mais jovem, motiva o regresso a casa de um filho afastado da familia durante muitos anos após a trágica morte da sua mãe. A descoberta de um dado novo relacionado com essa tragédia antiga, aliado às suas próprias circunstâncias maritais ameaça expor um segredo há muito enterrado, com consequências potencialmente devastadoras.
Gostei:
- Ultimamente não tenho sentido impulso de escrever no blogue. Acho que ainda estou com a preguiça das férias instalada, a que se junta a fraca qualidade dos filmes que por cá têm estreado, com uma ou outra excepção. Este é um deles e visto que é um filme que provavelmente pouca gente ouviu falar e consequentemente não levará muitas pessoas às salas de cinema, espero com este post alterar um bocadito esse cenário, porque uma coisa podemos dizer do pessoal da Oceania. Eles sabem fazer tragédia e melodrama com os melhores. Alguns dos dramas mais emocionalmente devastadores que tenho visto têm a sua origem daquela zona do globo.
- Primeira longa metragem do realizador Simon Stone que assina aqui também o argumento adaptado de uma peça de teatro. Uma auspiciosa estreia. Logo de início o filme transmite uma sensação de tragédia iminente, e Stone consegue sustentar e incrementar essa sensação ao longo de toda a sua duração de forma implacável. E apesar do enredo acabar por ser muito previsível, a tal ponto que ainda não tinha chegado a meio do filme e já adivinhava o seu desenrolar, o filme é como um acidente de viação. Quando passamos por um já sabemos o que podemos ver, mas quase toda a gente não resiste a olhar. Neste ponto tenho que dar muito do mérito do filme ao elenco, recheado de valores largamente reconhecidos como Sam Neill, Geoffrey Rush, Miranda Otto, e alguns não tão famosos como Anna Torv, e particularmente Ewen Leslie e a jovem Odessa Young.
- O descalabro económico de uma cidade dependente de uma única empresa como geradora de postos de trabalho e o impacto que isso têm na mesma, apesar de ser relativamente secundário ao enredo (mas não irrelevante para alguns personagens).
- Paul Schneider como Christian, o catalizador de todo o drama no filme. De todos os actores é aquele com menos carisma e a sua personagem no filme não é totalmente bem conseguida. Apesar de uma maneira geral ele ter um desempenho positivo, ocasionalmente não acreditei no mesmo, mas felizmente isso não belisca o meu deleite com o filme.
- O final. Não sou contra finais abertos ou ambíguos, mas penso que aqui faltou coragem para dar o desfecho apropriado aos personagens e à história, não fazendo justiça pela forma como ela se desenvolveu até aí. Novamente, não belisca o meu apreço pelo filme, mas é um ponto que a meu ver fica aquém do merecido.
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