Argumento: Um surto viral de um novo tipo de febre hemorrágica com origem no vale Motaba no Zaire e semelhante ao vírus Ébola, chega ao território dos EUA, infectando em larga escala a pequena cidade de Cedar Creek com uma população de cerca de 2000 habitantes nos arredores de San Francisco, e ameaçando propagar-se globalmente se não contido efectivamente no local.
Gostei:
- O argumento de Laurence Dworet e Robert Roy Pool, que curiosamente têm muito poucos créditos em seu nome. Acção e tensão em doses suficientes para satisfazer o pessoal dos blockbusters, mas sem esquecer momentos emocionalmente ressonantes que elevam o material e a ligação aos personagens.
- A razão pela qual revisitei ontem este filme de 1995, já quase com 20 anos, é a sua assustadora actualidade face à epidemia aparentemente imparável de Ébola que se verifica em vários países de África e que corre sérios riscos de se espalhar para fora daquele continente ou de pelo menos se tornar endémico naquela região.
- Certos pormenores do argumento retratam bem alguma da realidade deste tipo de situação. Assim vemos reflectida no filme uma das facetas mais preocupantes da actual epidemia que é a percentagem de pessoal dos serviços de saúde que se tornam elas próprias vítimas da doença. Outro aspecto que o argumento aborda é a diversidade de estirpes que podem estar envolvidas e também de como o grau de mortalidade dessa estirpe influencia a sua capacidade de propagação.
- Mais uma realização sólida de Wolfgang Petersen, que ao longo da sua carreira raramente desaponta. Faz bom uso do argumento e mantém sempre um ritmo adequado à história.
- Elenco de estrelas. Dustin Hoffman tem aqui talvez o seu último grande sucesso comercial como protagonista, embora certamente não o seu último trabalho em termos de qualidade de representação. Kevin Spacey teve um ano em grande em 1995 juntando ao Outbreak, filmes como o Usual Suspects e Se7en. Rene Russo igual a si mesma. Cuba Gooding Jr. quando ainda era uma actor com uma carreira promissora. Morgan Freeman, Donald Sutherland e um Patrick Dempsey pré-McDreamy completam o elenco.
Não Gostei:
- Donald Sutherland como o vilão da história. Não só achei o seu desempenho um pouco impessoal, como penso que o seu papel fraco na globalidade poderia ter sido eliminado ou assimilado pela personagem do Morgan Freeman, tornando esta mais rica e complexa do que a que temos no produto final, e reforçando o antagonismo no real vilão e motor da história - o vírus.
- A resolução final é demasiado acelerada para ser verosímil, mas é um ponto menor considerando as restrições de tempo naturais do filme.
os malditos macacos só nos arranjam problemas |
Recomendação: Excelente thriller, dos melhores dentro do género de ameaças biológicas. Para quem nunca o viu, é um filme que vale bem a pena visionar. Para os restantes, a altura parece-me propícia para o revisitar. É um filme verdadeiramente aterrador porque não podemos deixar de imaginar as implicações que o caos e drama que assistimos em pequena escala no filme terão em grandes centros urbanos.
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