quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Captain Fantastic


Argumento:
Viggo Mortensen desempenha o papel de um pai que vive e educa de forma rigorosa os seus seis filhos, física e intelectualmente, praticamente isolados na floresta e quase exclusivamente vivendo da terra. Quando uma tragédia familiar ocorre, ele vê-se forçado a levar os filhos numa viagem pela América expondo-os à sociedade moderna, apontando as falhas da mesma mas no processo revelando também as falhas do seu sistema.  


Gostei:
- É até agora, enquanto não estreiam os próximos candidatos aos óscares, um dos meus filmes de 2016 favoritos. É um filme honesto e equilibrado na forma como aborda o seu tema. O que de início parece ser uma obra apologista da rejeição total da sociedade moderna e retorno à natureza como forma de vida, o filme vai revelando pouco a pouco as falhas inerentes de um corte completo com a civilização, primeiro mostrando que ela nunca é completa e total, e depois demonstrando que apesar das virtudes da educação que a personagem oferece aos seus filhos, esta é profundamente deficitária noutras áreas, nomeadamente nas interacções sociais. Um compromisso dos dois modelos será porventura o caminho a seguir e é precisamente isso que o filme parece sugerir no final.
- Um elenco vasto com um desempenho fortíssimo. Não consigo pensar num único actor que não esteja excelente. Para além dos nomes mais conhecidos, os seis miúdos actores estão muito bem e carregam efectivamente com o filme juntamente com Viggo Mortensen. Parabéns ao argumentista/realizador Matt Ross pelo excelente trabalho de direcção de actores mas também por conseguir incutir em cada um uma personalidade distinta e convincente. Ficarei ansiosamente à espera do futuros projectos.


Não Gostei:
- Existem muito pontualmente pequenos buracos lógicos na narrativa que ficam por explicar mas são realmente insignificantes.
- Poder-se-ia dizer que o filme é generoso na forma como crianças supostamente criadas exclusivamente na natureza interagem tão bem e de forma tão natural com um ambiente que deveria ser no mínimo deveras estranho. No seu todo poder-se-ia afirmar que o filme é pouco realista nalguns aspectos...mas claro estamos a falar de um filme afinal de contas.

Recomendação:

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

The Little Death



Argumento:
Abordando o tema de fetiches e fantasias sexuais, o filme captura segmentos da vida de cinco casais em Sydney e as consequências de partilharem as suas fantasias ou agirem de acordo com os seus fetiches. Assim temos situações tão variadas e insólitas como um casal que recorre ao Role Playing para tentar salvar um casamento, fetiche sexual por pés, fantasias sexuais envolvendo violação, ou quando uma esposa descobre que se excita com o chorar do seu marido, ou ainda quando um dos esposos  só encontra satisfação sexual com o seu parceiro adormecido.


Gostei:
- O meu filme favorito destas férias que passaram. Já tinha ouvido falar deste filme Australiano de 2014 mas mesmo assim apanhou-me completamente de surpresa pela excelente qualidade e humor, pelo que não podia deixar de postar qualquer coisa sobre ele. Para além de ser dos filmes mais engraçados que vi nos últimos tempos, consegue ser também surpreendentemente dramático e tocante em diversos pontos da sua duração.
- Parabéns ao realizador/argumentista/actor Josh Lawson que consegue aqui uma obra verdadeiramente original, conseguindo equilibrar muito bem os elementos dramáticos com comédia.
- Excelentes interpretações.
- O segmento final do serviço de assistência a surdos e a linha de telefone erótica é simplesmente brilhante. Esta cena encapsula na perfeição as qualidades do filme que já referi, mas consegue-o a um nível ainda superior a tudo o que veio anteriormente. É sem dúvida a melhor forma de terminar um filme. É irresistivelmente hilariante. Por mais vezes que reveja a cena não consigo evitar ataques de gargalhadas sonoras que concerteza colocarão a minha sanidade mental em causa na mente dos meus vizinhos. Mas tal como o restante material do filme, esta cena final consegue também ser muito romântica. A conexão humana que se cria entre as duas personagens Sam e Monica (T.J. Power e Erin James) é incrivelmente real e é quase impossível não desejarmos mais tempo com elas. De notar que esta é a única longa metragem da actriz Erin James, o que constitui quase um crime face ao talento que ela demonstra aqui.
- O personagem do criminoso sexual é um elemento transversal do filme muito bem conseguido. 


Não Gostei:
Nada a apontar

Recomendação: