sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Hail, Caesar!


Argumento: Um agente de confiança (Josh Brolin), um fixer a trabalhar para um grande estúdio de Hollywood durante os anos 50, tem que equilibrar as peripécias da sua vida profissional, que incluem um rapto de um actor durante as filmagens de uma das suas maiores produções, e a uma gravidez potencialmente escandalosa de uma das suas estrelas femininas, com a sua vida pessoal e prospectos futuros.


Gostei:
- Alden Ehrenreich. Actor que me ficou na memória por 'Beautiful Creatures', tem aqui a melhor oportunidade de todo o elenco para poder brilhar um pouco como o actor de westerns fora do seu elemento numa produção de cariz bem diferente do que está habituado. Hilariante nas cenas com Ralph Fiennes.
- Segmentos bem conseguidos sobre vários géneros muitos populares antigamente, agora praticamente moribundos como o western, as grandes produções históricas, os números de sapateado e musicais aquáticos. Será que os Cohen pretendem fazer um paralelismo sobre a popularidade actual do género de super-herois cujo futuro muitos já vaticinam ter os dias contados?
- Sequência com os padres e rabi


Não Gostei:
- O resumo do argumento que coloquei em cima pode transmitir a ideia errónea de que o filme tem uma história densa, quando na realidade o filme tem muito pouca substância. É um exercício intelectual, apesar dos méritos artistícos, sobre o amor dos irmãos Cohen à industria do cinema e usando talvez o conflito pessoal que assola a personagem de Josh Brolin para espelhar os seus próprios sentimentos quanto à profissão que escolheram nas suas vidas,  focando a sua atenção num período específico quando o sistema dos grandes estúdios ainda reinava Hollywood mas cujo domínio tinha já um fim à vista.
- O filme tem momentos engraçados (muitos estão no trailer) e é claramente uma comédia mas dificilmente irá satisfazer a maioria do público como tal, não sendo particularmente memorável. 


Recomendação: Filme interessante mas menos conseguido na carreira dos irmãos Cohen.

Triple Nine


Argumento: Um bando de criminosos e polícias corruptos, conspira o assassinato de um colega polícia de forma a poder realizar um assalto para a máfia russa.


Gostei:
O filme tem duas sequências que conseguem ser algo memoráveis e eficazes. A primeira logo no início do filme com o assalto e principalmente a fuga automóvel do banco, e a meio do filme a tentativa de apreensão de um membro de um gangue. Mas sabe a pouco.


Não Gostei:
Praticamente de todo o resto. Vai ser provavelmente umas das minhas maiores decepções deste ano. Com um elenco de luxo completamente desaproveitado com material insipiente, não consigo imaginar o que terá apelado a um realizador como o John Hillcoat, autor de obras como 'The Proposition', 'Lawless' ou o emocionalmente devastador 'The Road' a dirigir este filme desconexo e emocionalmente vazio. É impossível não nos apercebermos disso mesmo quando confrontado com indiferença à medida que os personagens são riscados do mapa.
O filme pretende ser muitas coisas: Heist movie, drama criminal, filme de personagens mas é extremamente superficial em todas as vertentes. Previsível, povoado por personagens desinteressantes e mal desenvolvidas e aborrecido. A evitar.


Recomendação:

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Momentos musicais no cinema - Streets of Fire

A propósito da Diane Lane em Trumbo, sempre que a vejo num filme recorda-me sempre um dos meus guilty pleasures - Streets of Fire. Para mim Diane Lane será sempre a Ellen Aim. Os pontos altos deste estranho filme de Walter Hill são as cenas dos concertos, com as canções rock operáticas compostas pelo génio musical que é Jim Steinman.





Trumbo


Argumento: Baseado na história real de Dalton Trumbo, um dos mais bem pagos argumentistas de Hollywood que se viu aprisionado, ostracizado e impedido de trabalhar devido às suas ideologias políticas durante esse período negro na história Americana que foi a era McCarthy.


Gostei:
- Superou as minhas expectativas. Visto pela crítica como um filme menor, pelo menos como sério candidato para os óscares, é no entanto um filme muito bem produzido sobre um tema já retratado recentemente, nomeadamente com o excelente 'Good Night, and Good Luck', mas desta vez focando a atenção no impacto que a perseguição política teve na indústria do cinema.
- Não posso deixar de pensar que a ligeireza como o filme tem sido recebido nos EUA talvez esteja relacionado com o incontornável e desconfortável paralelismo com o que se verificou pós-9 de Setembro naquele país, quando as liberdades cívicas sofreram um rude golpe devido ao clima de medo instalado, exactamente o mesmo criado pela ameaça vermelha no passado. É pois um filme importante para relembrar-nos dos perigos de nos deixarmos controlar pelo medo.
- Surpreendeu-me o sentido de humor do filme. Dei por mim autenticamente às gargalhadas nalgumas ocasiões.
- O filme sustenta-se muito dos desempenhos dos actores secundários. Louis C.K., Alan Tudyk, Helen Mirren e John Goodman são memoráveis sempre que estão no ecrã. 


Não Gostei:
- O discurso final de Trumbo. Achei-o completamente desnessário. Não eleva nem adiciona nada à história e fica a sensação de que está a esforçar-se em demasia para os óscares, quando o verdadeiro final está na cena anterior, na intimidade do lar, com a personagem de Diane Lane a espelhar plenamente a força emocional do final da vergonha.


Recomendação:

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Mustang



Argumento: Cinco irmãs a viver sob a custódia da avó e do tio vêem os horizontes do seu mundo ruir após um episódio inocente envolvendo alguns rapazes da escola, mas que aos olhos conservadores das gentes da aldeia onde vivem levam a medidas restritivas sobre as suas liberdades e direitos.


Gostei:
- Este filme está nomeado para o óscar de melhor filme de língua estrangeira por uma boa razão. Interessante visão de uma Turquia que apesar do seu secularismo e modernidade, está ainda muito dividida (regionalmente) e agrilhoada ao passado patriacal ainda tão persistente das sociedades maioritáriamente Islamicas. Os direitos da mulher é um dos temas controversos por exemplo quanto às pretensões da Turquia de entrar na Comunidade Europeia. Este filme não ajuda nada a percepção pública sobre o tema..
- O episódio do encontro de futebol é delicioso.
- Apesar de não considerar o filme totalmente imparcial no que diz respeito à imagem cultural que o filme oferece da sociedade Turca, pelo menos não tenta generalizar a toda a sociedade e ofecece também alguns vislumbres da uma sociedade mais cosmopolita e liberal no universo de países de população maioritáriamente islâmica. Mesmo quando foca o tema de casamentos arranjados, deixa admitir que por vezes a prática funciona. Infelizmente outras vezes tem tristes resultados. 
-  Günes Sensoy a actriz que desempenha a mais nova das cinco irmãs.
- Um filme que me fez sorrir, me deixou triste, que me chocou com eventos que nunca deveriam ter lugar num mundo do século 21, e que no final me deixou apreensivo pelo destino das jovens personagens. É o maior elogio que posso dar ao filme.  


Não Gostei:
- O elemento introduzido em determinada altura de abuso sexual com o intuito de demonizar a figura patriarcal de um elemento familiar é um pouco desnecessário e cliché. A história funcionaria perfeitamente sem ele. Não é que não seja eficaz, mas acaba por ter um peso demasiado grande no enredo e nas acções das personagens e no tema do filme sem real necessidade. 


Recomendação:

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Room


Argumento: Brie Larson é uma jovem raptada e mantida em cativeiro numa pequena sala durante 7 anos, durante os quais deu à luz e criou Jack (Jacob Tremblay) para o qual o mundo é a sala. Esta é uma história de sobrevivência, de perseverança, de descoberta de um novo mundo sempre pontuado pelo laço humano mais forte que existe - o de uma mãe e filho(a) 


Gostei:
- É daqueles filmes que nos tocam quando não estamos à espera.
- Começando pelo desempenho dos actores. Brie Larson está nomeada para óscar com toda a justiça, mas o pequeno Jacob Tremblay está ainda mais formidável e é a sua personagem que carrega com uma parte significativa do filme, o que é de louvar para um actor de tão tenra idade. Joan Allen tem uma pequeno papel mas tem oportunidades para mostrar o talento que se lhe reconhece.


- Um argumento extremamente rico. O filme aborda uma vasta game de elementos temáticos num curto espaço de tempo, e apesar de não se deixar aprofundar em nenhum em particular, aborda os temas com grande sensibilidade.
- Realização ao mais alto nível. O desempenho que Lenny Abrahamson obteve do miúdo é por si só meritório de reconhecimento, mas não se fica por aí. A forma como as cenas da sala foram filmadas dando a ilusão de maior espaço, criando efectivamente um mundo ilusório é tão mais admirável quando no final o revisitamos. 
- Detalhes que pontuam o filme durante a adaptação de Jack ao mundo. O espelho, as escadas, o telefone, entre outras.

Não Gostei:
- Queria mais. Literalmente não queria sair da sala de cinema quando a sessão acabou, tal era a minha sede por mais história com estes personagens por quem nos apaixonamos durante o visionamento.


Curiosidades:
Quando tanto se fala sobre o mérito do Leonardo DiCaprio e das dificuldades na rodagem do Revenant, e de como tal factor pode influenciar a atribuição do óscar para além do mérito da interpretação, a Brie Larson viveu durante um mês em isolamento e durante as filmagens não lavou a cara. Mais uma séria candidata ao óscar de melhor actriz. Estes actores são doidos. 

Recomendação:

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Momentos musicais no cinema - Strange Days

Strange Days é daquelas obras do cinema que provaram o fracasso comercial mas que no tempo se transformaram em filmes de culto. Com um orçamento de 42 milhões, conseguiu um retorno doméstico de apenas 8 milhões tornando-se um dos grandes flops de 1995.
Fazendo justiça ao título, este filme da oscarizada Kathryn Bigelow com argumento de James Cameron e contando ainda com um elenco de respeito que conta entre eles Ralph Fiennes, Angela Bassett e  Tom Sizemore,  tem realmente uma história bizarra com dispositivos que gravam a memória das pessoas. Um dos pontos memoráveis do filme está no concerto da Juliette Lewis. A actriz é também cantora e tem inclusivamente uma banda - Juliette and the Licks. Aqui canta uma cover de uma música de PJ Harvey que é simplesmente hipnotizante.

I Origins



Argumento: Um cientista (Michael Pitt) a estudar o processo evolutivo dos olhos nos animais, com a ajuda da sua estagiária (Brit Marling), vê de repente as suas convicções e crenças seriamente desafiadas quando descobre por acaso um facto curioso nos olhos do seu filho, algo que pode abanar os alicerçes dos edificios científicos e religiosos como os conhecemos hoje. 


Gostei:
- Já tinha ouvido falar muito bem deste filme num podcast aquando da sua passagem pelo festival Sundance do ano passado, mas só agora tive oportunidade de visioná-lo, e não me arrependi mesmo nada. Filme que fica na memória pela natureza do tema.
- Refrescante a originalidade da história que aborda um debate antigo e sem resolução, o criacionismo vezes o evolucionismo, fé vezes ciência, usando para isso uma expressão tão antiga como os olhos como uma janela para a alma. 
- A ambiguidade. Quem é a favor de um ou de outro lado da discussão encontrará facilmente argumentos para o seu lado.
- Segundo filme escrito e realizado por Mike Cahill que me deixa boas impressões (o primeiro foi Another Earth). Definitivamente um realizador a seguir em futuros projectos.


Não Gostei:
- A primeira metade do filme. Não é que seja má, mas durante algum tempo o filme parece estagnado no drama doméstico/romântico e não desenvolve. De facto, o filme pode ser facilmente dividido em duas partes distintas, curiosamente opostas em termos de sistema de valores e crenças.

Curiosidades:
- O número 11 está presente em várias formas ao longo do filme, começando logo nos créditos iniciais, escondido em datas, e até na duração do filme.


Recomendação:

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Deadpool


Argumento: Wade Wilson, um mercenário (Ryan Reynolds), ex-forças especiais descobre o amor com a prostituta/stripper Vanessa (Morena Baccarin), apenas para ver ruir os seus sonhos de felicidade com a notícia de que tem cancro em estado avançado. Num acto desesperado, entra num programa médico de cariz duvidoso que resulta no nascimento de Deadpool, um mercenário com poderes de regeneração.  

Gostei:
- Confesso que estava um pouco receoso do filme não corresponder às expectativas criadas pela brilhante campanha de marketing que antecedeu a estreia. Receio infundado. O filme é hilariante. Não me ria desta forma numa sala de cinema há já vários anos.
- Sequências de acção muito bem conseguidas, com o bónus de serem pontuadas com momentos cómicos muito próprios deste filme.
- A consciência do personagem principal de que é uma personagem fictícia, dirigindo-se frequentemente aos espectadores a assistir ao espetáculo.
- Apesar de o filme beber muito da acção e humor, consegue ainda assim ser moderadamente tocante. A relação entre as personagem de Vanessa e Wade está particularmente bem conseguida, conseguindo criar um laço que nos envolve emocionalmente no destino das mesmas.


- As personagens X-Men que eu pensava irem ter um tempo muito limitado, acabam por ter um peso maior do que eu esperava, provando ser uma força dinamizadora da acção e criando uma ligação com o resto do franchise Marvel em poder da Fox. Se o filme demonstrar sucesso de bilheteira, é muito provável vermos o universo X-Men da Fox expandir via Deadpool com X-Force em futuros planos. De qualquer forma, posso finalmente afirmar que gostei de um filme com X-Men.
- Estrutura narrativa. A maneira como os flashbacks são usados.
- O cameo de Stan Lee e o Helicarrier da SHIELD.
- Fiquem para assistir ao primeiros minutos dos créditos finais.


Não Gostei:
- Gostaria que a desfiguração desta versão cinemática de Deadpool fosse maior, mas é um ponto menor. 
- O vilão principal (Ed Skrein) é pouco carismático, principalmente se compararmos com a personagem desempenhada pela Gina Carano, actriz limitada mas que consegue ser mais memorável aqui.

Recomendação:

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Esperança para Star Trek

 

Luz ao fundo do túnel?
Após alguns anos em que o universo de uma das mais adoradas séries de ficção científica da televisão se viu de tal forma desfacelada no cinema sob o jugo de J.J.Abrams, ao ponto de se ter tornado praticamente irreconhecível para os fãs da mesma, surgem agora notícias deveras animadoras, curiosamente na mesma semana em que acabei de visionar as 7 temporadas da que é talvez a melhor série de todas da saga Star Trek - Deep Space Nine.


É anunciado pela CBS o regresso de Star Trek ao meio que lhe deu a popularidade e fama - a televisão.
Uma nova série a ser liderada por Bryan Fuller, o mesmo de Hannibal, representando um pouco um regresso às origens para o criador, pois foi com Star Trek que Fuller deu os primeiros passos como escritor.


Será ele capaz de recuperar a série para o patamar de qualidade do passado, levar-nos audaciosamente a sítios onde ainda ninguém foi e fazer-nos esquecer a bandalheira que foi a experiência Frankensteniana de Abrams?


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

The Book Thief


Argumento: Liesel (Sophie Nélisse), uma rapariga analfabeta abandonada pela mãe e deixada ao cuidado de um casal de alemães (Geoffrey Rush e Emily Watson) durante a segunda guerra mundial ganha um fascínio por livros. Pelos seus olhos assistimos a muitos episódios que marcaram a história durante este período.


Gostei:
- Desempenhos dos actores. Todos estão muito bem e por si só conseguem captar a atenção do espectador.
- Gostei da história. Fiquei com vontade de ler o livro em que o filme se baseou.
- Algo que detesto na grande maioria de filmes deste período é o retratar do povo alemão comum como maligno. Nem todos os alemães eram Nazis, e mesmo entre estes muitos eram-no por conveniência mais do que pelos ideais. Os restantes sucumbiram à propaganda, à conformidade e ao medo, pelo que achei refrescante assistir ao dia a dia do comum dos mortais durante este episódio negro da humanidade.


Não Gostei:
- Entendo porque o filme não é muito bem visto pela maioria dos críticos. Foi a razão de não o ter ido ver ao cinema quando esteve por cá em exibição. Percebo porque muitos consideram o filme demasiado 'confortável', não mergulhando suficientemente fundo na escuridão destes anos, não tomando riscos, mas penso que apesar disso ser verdade, é ainda assim um filme que vale a pena visionar, até porque fiquei com a sensação de que nunca foi intenção dos criadores de produzirem esse tipo de filme. Para mim o filme funciona tal como está e foi uma experiência agradável.
- Falta-lhe um ou dois momentos que gerassem um maior laço emocional com a história e personagens, e portanto não consegue atingir um patamar de grandeza superior que o material original provavelmente merece.
- A narração pela morte é um pouco desiquilibrada. Este instrumento nem sempre é eficazmente utilizado durante o filme.


Recomendação:

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

X-Files: o regresso?


Não tenho qualquer dúvida sobre qual a minha série de televisão preferida de todos os tempos. Gostei de imensas ao longo da minha vida, e actualmente a televisão atravessa um período dourado contando com inumeras produções de alta qualidade, tantas que acompanhar as mesmas retira-me imenso tempo do visionamento de filmes. Atrevo-me mesmo dizer que a creatividade e inovação é neste momento mais forte nesta área do que no cinema, por incrível que isso pareça. Mas existe uma série com um lugar muito especial no meu coração e como podem adivinhar estou a falar dos Ficheiros Secretos, nomeadmente das primeiras 7 temporadas, ou seja, durante a permanência da dupla icónica de agentes do FBI Mulder and Scully.

Cada episódio era um ritual quase religioso à frente da tv e do gravador de VHS. Sim, eu gravava todos os episódios que iam para o ar e não pensem que simplesmente punha aquilo a gravar. Não eu retirava os intervalos da publicidade. Já não me lembro em que dias da semana iam para o ar os episódios, mas era dia santo. Nesse noite, não se faziam quaisquer planos. Era casa, sofá, mão no comando do videogravador ansiosamente à frente da tv para não perder pitada. Lembro-me perfeitamente de uma vez que não podia estar em casa e massacrei de tal forma a cabeça da minha irmã para me gravar o respectivo episódio que tive receio pela sua sanidade mental, ou que ela se vingasse e sabotasse a gravação, tão insistentes e exigentes eram os meus pedidos.

Foi apenas a segunda série de televisão que gravei em VHS (a primeira foi o Twin Peaks) e a única a sobreviver até se ver suplantada pelo formato DVD. Sim tenho as primeiras 7 temporadas em DVD.
Ao todo já devo ter visto e revisto toda a série umas 4 ou 5 vezes. Nenhuma outra se compara em número de visualizações.
Não vos sei dizer as razões objectivas para a popularidade da série. Certamente que as teorias de conspiração e OVNIs  tinham o seu fascínio, mas dificilmente seriam razão para o fenómeno de culto em que a série se tornou. Para mim, seria uma mescla de factores. Um dos principais consiste na melhor dupla de personagens na história da tv exibindo uma, senão mesmo a melhor, relação pessoal/profissional alguma vez vista no pequeno ecrã. De facto sem Mulder e Scully a série nunca mais foi a mesma nas duas últimas temporadas. Depois há também o sentido de humor que desde início fez parte do código genético da série, mesmo nos episódios considerados sérios. E finalmente a escrita. Ainda hoje não consigo deixar de admirar a sensação que fica depois de visionar um episódio típico de 40 minutos, mas que parece conter mais história e desenvolvimento de personagens do que muitos filmes com o dobro e triplo de duração.

Obviamente quando foi anunciado o regresso da série pelas mãos do criador original Chris Carter e das duas estrelas principais David Duchovny e Gillian Anderson, as expectativas não podiam senão ser elevadas. Os ingredientes principais para a popularidade de série estavam de volta. E a realidade? Correspondeu às expectativas?

Com apenas 6 episódios previstos, e com metade deles já visionados, a coisa não parece promissora. Os primeiro episódio escrito e realizado pelo próprio Chris Carter foi uma decepção, seguido de um segundo melhorzito mas ainda assim muito longe do brilhantismo de outros tempos. O Duchovny/Mulder parece cansado como se preferisse estar noutro sítio qualquer. Vi ontem o terceiro episódio "Mulder and Scully Meet the Were-Monster", e de repente vi-me transportado atrás no tempo 20 anos. Com o humor de volta, este sentiu-se como se estivessemos na época aurea da série. Até a Scully parece ecoar o meu pensamento quando afirma em determinada altura "Yeah. This is how I like my Mulder." Mas a realidade é que provavelmente será o único episódio a atingir este nível de qualidade, porque os dois últimos foram escritos e realizados novamente pelo Chris Carter que tão fraco desempenho teve no episódio de estreia. Este terceiro episódio manteve a chama acesa. Espero que os restantes não a apaguem completamente.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Ozzies 2015

Melhor filme
Inside Out

Originalidade
Inside Out
Melhor filme de período
The Revenant

Melhor herói
Ant-Man em Ant-Man

Melhor heroína
Imperator Furiosa em Mad Max: Fury Road

Melhor vilão
Lucille Sharpe em Crimson Peak

Melhor espião
Mike Howell em American Ultra

Melhor doente mental
Michael Stone em Anomalisa

Melhor Robot
Athena em Tomorrowland

Melhor padre
Padre Flood em Brooklyn 

Melhor par romântico
Nicky and Jess em Focus

Melhor monstro
Louva-a-Deus gigante em Goosebumps

Melhor sequência de acção
perseguição em Jakku no Star Wars: Force Awakens

Melhor perseguição automóvel
Perseguição em Marrocos no Mission Impossible - Rogue Nation

Melhor momento musical
Nathan e Kyoko em Ex Machina 

Melhor engenhoca
Botas voadoras em Jupiter Ascending

Melhor banda sonora
Jóhann Jóhannsson por Sicario

Melhor momento humorístico
Vision em Avengers: Age of Ultron

Melhor momento dramático
Bing Bong em Inside Out

Melhor Beijo
Quentin and Margo em Paper Towns

Melhor nudez
Ex Machina